Projeto EMPREENDER COLABORAR TRANSFORMAR

Existe um movimento crescente de pessoas que se dedica à resolução de problemas da sociedade através de iniciativas inovadoras, sustentáveis e solidárias. Participar deste movimento é a proposta do Projeto “empreender COLABORAR TRANSFORMAR”. Incentivar os alunos da Escola Secundária de Miraflores a criar mais e melhor valor para a sociedade é o grande objetivo deste projeto.

Para atingir este objetivo inspiramo-nos nos inúmeros exemplos de empreendedorismo, nomeadamente o social, que nos entusiasmam e fazem acreditar num rumo verdadeiramente gratificante para o mundo em que vivemos.

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Nova consciência



“Para inventar o futuro, aquilo de que precisamos não é de modelos pré-fabricados, mas de sinais que nos dizem que “é possível” e que o homem é capaz.”

Elena Lasida, O Sentido do Outro

  
 E são já muitos, os sinais que vemos na alvorada de uma etapa crucial em que se encontra a humanidade. De facto, emergem novas formas de apreender a sociedade, a economia, o meio ambiente: uma mudança gigantesca e profunda. Uma mudança que, acreditamos, terá como alicerce o espírito colaborativo. 
A nível da prática económica temos exemplos como o do comércio justo, das empresas de inserção (que tentando integrar no mundo do trabalho pessoas excluídas, faz aparecer uma nova forma de gerir recursos humanos), as finanças solidárias (que tentando financiar atividades de utilidade social, faz emergir uma nova forma de gerir o risco – ver ACAF), as múltiplas iniciativas promovidas para reduzir os desperdícios ambientais, o florescimento de sites no âmbito partilha de recursos (ver SINERGI) e da doação – desde a oferta de objetos ao acolhimento de turistas numa casa aconchegante, paralelamente ao seu acompanhamento na descoberta de novos lugares… Assistimos à multiplicação de modelos de cooperação como a Wikipedia, ou Linux onde milhares de internautas partilham os seus conhecimentos. Proliferam fóruns, projetos de apoio nos mais variados campos (ver SPEAK).
Para Michel Serres a crise financeira, económica e ecológica atual coloca-nos, de igual modo, perante a escolha a fazer: não há reforma ou retoma possíveis, “há que inventar coisas novas”.
Estamos num “tempo favorável” para fazer emergir algo radicalmente novo, diz-nos Elena Lasida.
De facto, a economia ressurge-nos como um lugar que cria valor, não só valor comercial, mas também humano e social. A nova geração do milénio envolve-se, cada vez mais, na coletividade de que faz parte. Há quem lhe chame a “Geração G” (G de generosidade/gentileza) dando-nos uma visão da natureza humana que nos revigora e o oxigénio que precisamos para respirar num contexto que parece sufocar-nos. Estamos cada vez mais conscientes da nossa interdependência e da necessidade de repensarmos os nossos modelos filosóficos, económicos e sociais. Um mundo de possibilidades e desafios. De esperança também.

Passos importantes no caminho de uma iniciativa empresarial


  • IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA (é necessário que o empreendedor social tenha uma visão geral do problema que quer resolver) 
  • PROPOSTA DE VALOR (a proposta de valor que vai entregar)
  • DESENHAR A SOLUÇÃO (a solução sustentável que propõe desenhar)
  • PROJETO PILOTO (é necessário um foco muito claro na execução de um piloto que teste e valide a solução desenhada)
  • IMPACTO SOCIAL (mudança gerada na sociedade e/ou bem estar dos indivíduos)
  • Por fim, é preciso comunicar aquilo que se sonhou e se realizou: chegou a altura de comunicar a iniciativa de uma forma muito clara, inspiradora e objetiva.
  •                                                       Fonte: Manual para Transformar o Mundo


Seguindo os passos necessários neste caminho da iniciativa empresarial, o projeto Sabedoria Vintage, candidato ao desafio de Empreendedorismo Social, lançado no âmbito da iniciativa Faz - Ideias de Origem Portuguesa, faz-nos acreditar no valor infinito que podemos acrescentar às nossas vidas.



Ainda há 840 milhões de pessoas a passar fome

“Se acreditarmos firmemente que a pobreza é inaceitável – que não poderá ter lugar numa sociedade humana civilizada – então construiremos instituições e traçaremos as políticas apropriadas para criarmos um mundo sem pobreza (...)
É possível eliminar a pobreza do nosso mundo, porque ela não é natural aos seres humanos – mas é imposta artificialmente. Dediquemo-nos a acabar com a pobreza o mais depressa possível, metendo-a nos museus uma vez por todas (...)
M. Yunnus 

imagem da net

O novo milénio começou com um grande sonho global: reduzir, para metade, até 2015, a pobreza e a proporção da população que sofre de fome. Este é o primeiro objetivo do milénio. Nunca antes, na História da Humanidade, o mundo inteiro se tinha comprometido a atingir um objectivo tão audacioso, a uma só voz, com metas e prazos determinados. No entanto, esta parece ser uma meta inatingível. Embora a percentagem da população com fome tenha baixado 17% desde 1992, segundo o relatório da ONU sobre "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo", o problema ainda atinge uma pessoa em cada oito.






De acordo com o Expresso, 1/10/2013:   



"Um total de 842 milhões de pessoas passou fome crónica no período entre 2011 e 2013. Ou seja, uma pessoa em cada oito não teve acesso a alimentação que, de forma diária e habitual, garantisse a energia suficiente para o desempenho das suas atividades cotidianas.
Este número ultrapassa em mais de 100 milhões a totalidade da população na Europa e que representa cerca de 12% da população mundial -

Segundo os dados do último relatório da ONU, ainda que a situação tenha melhorado e o total da população com fome tenha baixado dos 868 milhões registados entre 2010 e 2012, a prevalência de desnutrição continua a ser especialmente preocupante na África Subsaariana, onde os avanços têm sido modestos nos últimos anos. Nesta região, a média de pessoas com fome foi superior, atingindo uma em cada quatro.

O progresso revela-se igualmente lento no Sul da Ásia e norte da África, enquanto a Ásia Ocidental não mostra qualquer evolução positiva.

São necessários mais esforços

Ainda assim, olhadas como um todo, as regiões em desenvolvimento apresentam progressos significativos. Uma perspetiva animadora que o relatório "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo" espelha, não deixando as  três agências das Nações Unidas - o Programa Alimentar Mundial (PAM), a Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD) - de salientar que são necessários mais esforços para se alcançarem os objetivos mundiais de erradicação da fome traçados até 2015.

O relatório admite que o crescimento económico pode "aumentar os rendimentos e reduzir a fome", mas sublinha que esse crescimento pode não chegar a todos. É preciso garantir que as políticas de apoio, nomeadamente em matéria de emprego, produtividade agrícola e protecção social, visem "especificamente os pobres, especialmente aqueles em áreas rurais".

Há que reconfigurar urgentemente um novo caminho.