“Dar é melhor
do que receber. É urgente repensar o nosso modelo de desenvolvimento, partilhar
mais e viver com menos. Uma passagem do “ter” ao “ser”, com benefícios.”
Estimular
as melhores práticas em termos de ensino e aprendizagem, apoiar o voluntariado,
criar mecanismos de integração para pessoas com deficiência que podem dar
contributos importantes para as empresas, ao mesmo tempo que desenvolvem
competências, foram as ideias marcantes da conversa “Mais comunidade”.
Aqui
ficam alguns testemunhos e projetos de sucesso:
1. Valores comuns
“Não basta apenas criar valor através das empresas, temos de retribuir à
sociedade.”
Rita Nabeiro, Presidente da Adega Mayor e representante da Associação Coração
Delta
Para
Rita Nabeiro, “o empreendedorismo significa ter ideias para mudar o mundo”,
defendendo que é preciso agir localmente, ainda que o horizonte seja global.”
“Chega
uma altura em que não basta apenas criar valor através das empresas, temos de
retribuir à sociedade”. É neste quadro que nasce o Coração Delta, a associação
de solidariedade social do Grupo Nabeiro, formada com o propósito de
desenvolver projetos sociais na comunidade.
A
Associação Coração Delta aposta no desenvolvimento das comunidades e
disponibiliza algumas valências e serviços essenciais como as dinâmicas de
intervenção precoce, apoio a crianças e jovens, projetos de defesa do ambiente,
de cidadania e voluntariado.
O
Centro Educativo Alice Nabeiro, inaugurado em 2007, aposta num modelo
pedagógico diferenciado através de projetos e experiências inovadoras que visam
desenvolver competências de empreendedorismo.
O
projeto “Tempo para Dar” constitui a resposta orientada para o apoio aos
idosos, através de voluntários com formação especializada que acompanham os
mais antigos durante algumas horas do dia, procurando suprir eventuais
necessidades e, sobretudo, combater a solidão.
2. Ter boas ideias não chega
“Uma comunidade não é algo se faz, é algo que se é.”
Miguel Muñoz Duarte, Professor e Diretor Executivo do Venture Lab na Nova
School of Business and Economics
Para
Miguel Muñoz Duarte “Empreender é materializar ideias. É preciso trabalhar,
fazer, construir.” Segundo o Professor, existe uma distinção entre dois tipos
de empreendedores: os que fazem empreendedorismo e os que fazem
“empresarialismo”. O primeiro é o que está mais ligado à capacidade de
iniciativa, mover montanhas, fazer acontecer, é o espírito empreendedor mais
interessante.
O
novo campus da universidade Nova em Carcavelos corresponde a
uma visão e é um exemplo desta forma de estar - um projeto de uma entidade
pública que não conta com qualquer investimento direto do Estado.
3. Transformar a diferença em igualdade
O nosso objetivo é criar canais, abrir portas, para estas pessoas poderem
desenvolver atividades enriquecedoras e com isso ganharem um propósito de
realização.”
Filipa Pinto Coelho, Presidente
da Direção da Associação VilaComVida
A
questão de partida de Filipa Pinto Coelho, quando decidiu lançar-se na criação
da Associação VilacomVida foi: “Porque é que as famílias têm de estar
sozinhas?”
“A
iniciativa nasceu com o objetivo de gerar respostas estruturadas para os jovens
com algum tipo de perturbação ligeira do desenvolvimento intelectual,
envolvendo as famílias e a comunidade de terapeutas.
Em
termos práticos, uma das ideias passa pela criação de “cafés com vida”, à
semelhança do Café Domenica,
em Brighton, ou do Café Joyeux,
em Paris.
Os
“CaféscomVida”, assim como outros serviços, podem constituir uma ótima forma de
empregar as pessoas com Trissomia 21. É uma espécie de treino de autonomia que
permite desenvolver aquilo a que chamam Gerações Autónomas. A grande aposta é
conviver com a diferença, de modo a que ela possa ser progressivamente
integrada e deixe de ser sentida, abolindo a imagem do “coitadinho” perante o
contacto com esta realidade que é apenas e só diferente.”
Fonte Observador Lab
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