Projeto EMPREENDER COLABORAR TRANSFORMAR

Existe um movimento crescente de pessoas que se dedica à resolução de problemas da sociedade através de iniciativas inovadoras, sustentáveis e solidárias. Participar deste movimento é a proposta do Projeto “empreender COLABORAR TRANSFORMAR”. Incentivar os alunos da Escola Secundária de Miraflores a criar mais e melhor valor para a sociedade é o grande objetivo deste projeto.

Para atingir este objetivo inspiramo-nos nos inúmeros exemplos de empreendedorismo, nomeadamente o social, que nos entusiasmam e fazem acreditar num rumo verdadeiramente gratificante para o mundo em que vivemos.

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Prémio Nobel de Economia 2019



Os três laureados do prémio Nobel da Economia de 2019, Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer, “têm desenvolvido o seu trabalho no campo da economia do desenvolvimento e o prémio foi atribuído, como explicou a Real Academia Sueca das Ciências, pelos métodos inovadores utilizados para analisar quais as melhores políticas para o alívio da pobreza. Trabalhando muitas vezes em parceria, adotaram métodos experimentais para obterem respostas mais fiáveis a uma questão onde muitas vezes os economistas têm falhado: qual a melhor forma de retirar o maior número de pessoas possível de uma situação de pobreza extrema?”

Cátia Batista, professora associada na Nova SBE considera uma “verdadeira revolução” a metodologia destes investigadores que “promovem a experimentação e o contacto direto com as populações e outros agentes beneficiários das políticas de apoio ao desenvolvimento e criaram uma escola que hoje afeta o pensamento dos principais doadores internacionais.”

A partir de meados da década de 1990, Michael Kremer , Abhijit Banerjee e Esther Duflo fizeram experiências de campo para testar uma série de intervenções demonstrando que dividir o problema da pobreza em aspetos mais pequenos e mais fáceis de atacar “responde melhor” em experiências desenhadas especificamente em determinadas comunidades. 
Em vez de tentarem encontrar uma única e grande solução, os economistas dedicaram-se à análise de vários pequenos problemas realizando experiências económicas no terreno das quais resultaram respostas sobre qual o melhor tipo de políticas de combate à pobreza utilizar. Conseguiram, dizem os responsáveis da Academia no seu comunicado, “melhorar consideravelmente a nossa capacidade para combater a pobreza no globo”.
Assim, por exemplo, como resultado direto de um dos estudos, mais de cinco milhões de crianças na Índia foram favorecidas por programas para melhorar o rendimento escolar. Outro exemplo são os subsídios para programas preventivos em saúde em alguns países.

A questão motivadora da investigação desenvolvida pelos três economistas foi: Como tirar o melhor partido dos recursos para combater a pobreza em vez de entregar o dinheiro a um governante e esperar que este consiga o melhor resultado possível? 
Dar redes de proteção contra os mosquitos que transmitem a malária reduzem a incidência da doença nas zonas do globo mais afetadas? Não necessariamente. A relação entre dar uma rede de proteção contra os mosquitos e a redução da incidência da malária poderia ser óbvia, mas a população que as recebia usava as redes para pescar, ou seja, tinham uma necessidade mais premente, que era a alimentação, logo o resultado esperado não era o alcançado.

O método de experimentação desenvolvido partiu, primeiro, com uma prova de conceito apenas com algumas dezenas de pessoas, depois com a aplicação de uma política em alguns milhares de comunidades onde um determinado problema se coloca para analisar se, por exemplo, dar mais manuais escolares nas escolas onde   há insuficiências resolve o problema da falta de resultados escolares dos alunos.

"No fundo, trata-se de tornar as políticas de ajuda ao desenvolvimento mais efetivas, evitando o desperdício e maximizando o seu impacto", afirma a economista Cátia Batista, acrescentando que "há sempre que tentar perceber quais os mecanismos económicos que explicam porque é que uma determinada política de financiamento funciona ou não. Há que ir ao terreno, entender as condicionantes locais para utilizar a teoria económica para desenhar as melhores políticas e, depois, medir o seu impacto", assinala em declarações ao DN/Dinheiro Vivo.

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