Projeto EMPREENDER COLABORAR TRANSFORMAR

Existe um movimento crescente de pessoas que se dedica à resolução de problemas da sociedade através de iniciativas inovadoras, sustentáveis e solidárias. Participar deste movimento é a proposta do Projeto “empreender COLABORAR TRANSFORMAR”. Incentivar os alunos da Escola Secundária de Miraflores a criar mais e melhor valor para a sociedade é o grande objetivo deste projeto.

Para atingir este objetivo inspiramo-nos nos inúmeros exemplos de empreendedorismo, nomeadamente o social, que nos entusiasmam e fazem acreditar num rumo verdadeiramente gratificante para o mundo em que vivemos.

defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267">

Ter lucro e praticar o bem


Há um número crescente de líderes empresariais a consciencializar-se de que as metas financeiras são tão importantes quanto as sociais e que tal implica mudar drasticamente o modelo de negócio existente, ou seja, mudar o DNA das empresas.

Será possível conciliar os dois objetivos? Sim! Aqui ficam três exemplos: 

1. A empresa de confeções americana Patagónia, que inicialmente priorizava metas financeiras, passou a dar atenção especial ao bem social. 



Há muitos apelos à reciclagem, mas esta deverá ser o último passo a tomarmos com aquilo que consumimos. A reciclagem é, sem dúvida, importantíssima, mas deverá ser o último passo que devemos tomar com aquilo que consumimos. O pontapé inicial está na redução do consumo. Cada roupa, alimento ou objeto que compramos deixou a sua emissão de carbono no planeta. Por isso, se adquirirmos apenas o que realmente precisamos, fazemos a nossa parte por um planeta mais saudável. E é esse o conceito que a marca de roupas Patagonia quer passar para os seus clientes.
O exemplo da Patagonia tem-se estendido a outras empresas que mostram que é possível aliar Moda e Sustentabilidade.
2.    A GrameenVeolia Water é uma empresa no Bangladesh que tinha como objetivos fornecer água potável a preço justo para a população de vilarejos rurais de Goalmari e Padua no longo prazo e sustentar as operações de vendas sem depender de subsídios. No entanto, havia um conflito entre estas duas metas e quando os gestores perceberam que seria muito difícil soluciona-lo mesmo se vendessem água somente para domicílios rurais pobres a preço muito baixo, criaram uma nova atividade geradora de receita: vender água em garrafões para escolas e estabelecimentos comerciais em áreas urbanas das proximidades. Era tentador desviar a atenção e recursos para este novo nicho de mercado à custa do original, mas a liderança não mudou de curso: as vendas urbanas foram para ajudar a prosseguir a meta social.
 
3.    A RevolutionFoods, fornece refeições nutritivas para alunos de baixo rendimento nos EUA. Foi criada depois dos seus fundadores terem testemunhado as reduzidas opções de alimentação para as crianças em escolas carentes. Esta atividade central cria dois tipos de valor: as refeições saudáveis não só contribuem para melhorar a saúde das crianças como para ganhar dinheiro. Além disso, os gestores envolvem, com frequência, os alunos em educação alimentar apresentando-lhes novos alimentos e recebendo feedback sobre o paladar.
Fonte: The Dual-Propose
Harvard Business Review  Março/Abril 2019

Dar é melhor que receber



“Dar é melhor do que receber. É urgente repensar o nosso modelo de desenvolvimento, partilhar mais e viver com menos. Uma passagem do “ter” ao “ser”, com benefícios.”



Estimular as melhores práticas em termos de ensino e aprendizagem, apoiar o voluntariado, criar mecanismos de integração para pessoas com deficiência que podem dar contributos importantes para as empresas, ao mesmo tempo que desenvolvem competências, foram as ideias marcantes da conversa “Mais comunidade”.
Aqui ficam alguns testemunhos e projetos de sucesso:

1.    Valores comuns

“Não basta apenas criar valor através das empresas, temos de retribuir à sociedade.”
Rita Nabeiro, Presidente da Adega Mayor e representante da Associação Coração Delta

Para Rita Nabeiro, “o empreendedorismo significa ter ideias para mudar o mundo”, defendendo que é preciso agir localmente, ainda que o horizonte seja global.”
“Chega uma altura em que não basta apenas criar valor através das empresas, temos de retribuir à sociedade”. É neste quadro que nasce o Coração Delta, a associação de solidariedade social do Grupo Nabeiro, formada com o propósito de desenvolver projetos sociais na comunidade.
A Associação Coração Delta aposta no desenvolvimento das comunidades e disponibiliza algumas valências e serviços essenciais como as dinâmicas de intervenção precoce, apoio a crianças e jovens, projetos de defesa do ambiente, de cidadania e voluntariado.
O Centro Educativo Alice Nabeiro, inaugurado em 2007, aposta num modelo pedagógico diferenciado através de projetos e experiências inovadoras que visam desenvolver competências de empreendedorismo.
O projeto “Tempo para Dar” constitui a resposta orientada para o apoio aos idosos, através de voluntários com formação especializada que acompanham os mais antigos durante algumas horas do dia, procurando suprir eventuais necessidades e, sobretudo, combater a solidão.

2.    Ter boas ideias não chega

“Uma comunidade não é algo se faz, é algo que se é.”
Miguel Muñoz Duarte, Professor e Diretor Executivo do Venture Lab na Nova School of Business and Economics

Para Miguel Muñoz Duarte “Empreender é materializar ideias. É preciso trabalhar, fazer, construir.” Segundo o Professor, existe uma distinção entre dois tipos de empreendedores: os que fazem empreendedorismo e os que fazem “empresarialismo”. O primeiro é o que está mais ligado à capacidade de iniciativa, mover montanhas, fazer acontecer, é o espírito empreendedor mais interessante.
O novo campus da universidade Nova em Carcavelos corresponde a uma visão e é um exemplo desta forma de estar - um projeto de uma entidade pública que não conta com qualquer investimento direto do Estado.

  3. Transformar a diferença em igualdade

O nosso objetivo é criar canais, abrir portas, para estas pessoas poderem desenvolver atividades enriquecedoras e com isso ganharem um propósito de realização.”
     Filipa Pinto Coelho, Presidente da Direção da Associação VilaComVida

A questão de partida de Filipa Pinto Coelho, quando decidiu lançar-se na criação da Associação VilacomVida foi: “Porque é que as famílias têm de estar sozinhas?”
“A iniciativa nasceu com o objetivo de gerar respostas estruturadas para os jovens com algum tipo de perturbação ligeira do desenvolvimento intelectual, envolvendo as famílias e a comunidade de terapeutas.
Em termos práticos, uma das ideias passa pela criação de “cafés com vida”, à semelhança do Café Domenica, em Brighton, ou do Café Joyeux, em Paris.
Os “CaféscomVida”, assim como outros serviços, podem constituir uma ótima forma de empregar as pessoas com Trissomia 21. É uma espécie de treino de autonomia que permite desenvolver aquilo a que chamam Gerações Autónomas. A grande aposta é conviver com a diferença, de modo a que ela possa ser progressivamente integrada e deixe de ser sentida, abolindo a imagem do “coitadinho” perante o contacto com esta realidade que é apenas e só diferente.”

Fonte Observador Lab