Existe um movimento crescente de pessoas que se dedica à resolução de problemas da sociedade através de iniciativas inovadoras, sustentáveis e solidárias. Participar deste movimento é a proposta do Projeto “empreenderCOLABORAR TRANSFORMAR”. Incentivar os alunos da Escola Secundária de Miraflores a criar mais e melhor valor para a sociedade é o grande objetivo deste projeto.
Para atingir este objetivo inspiramo-nos nos inúmeros exemplos de empreendedorismo, nomeadamente o social, que nos entusiasmam e fazem acreditar num rumo verdadeiramente gratificante para o mundo em que vivemos.
Há
cerca de 30 anos atrás, recém diplomado nos Estados Unidos, M. Yunus
voltou para o Bangladesh, sua terra natal. Quando saia da Universidade onde dava aulas de
Economia sentia que todas as teorias económicas que ensinava, eram
simplesmente “histórias de encantar”: não tinham qualquer significado na
situação de miséria das pessoas que o rodeavam. Com o desejo de fazer
algo “para prolongar a vida ou adiar a morte, nem que fosse de uma só pessoa” começou a observar a vida dos habitantes da aldeia, situada junto ao campus universitário.
O encontro com uma artesã de bancos de bambu vai mudar o rumo da sua
vida. Após um longa conversa descobre que os rendimentos da artesã,
pelos seus bonitos bancos , não excediam uns escassos cêntimos de dólar
por dia. Devido ao facto de não ter dinheiro para comprar o bambu, que
custava 20 cêntimos, esta mulher tinha de pedi-lo emprestado a um
negociante que impunha, como condição, que o produto lhe fosse vendido
em exclusivo, ao preço que ele estipulasse.
Muhammmad Yunus pergunta-se se não há nada que se possa fazer para
evitar o sofrimento de pessoas por apenas 20 cêntimos. Com os seus
alunos percorre a aldeia e verifica que existem 42 pessoas nas mesmas
condições. Sentiu-se envergonhado de fazer parte de uma sociedade que “não podia facultar uns meros 27 dólares a quarenta e dois esforçados seres humanos com tão elevada aptidão profissional”.
Depois
de ter dado do seu bolso os 27 dólares a estas pessoas, dizendo-lhes
que se tratava de um empréstimo e que elas podiam reembolsá-lo quando
pudessem, foi à agência bancária do campus universitário, sugerir que
fossem concedidos empréstimos às pessoas necessitadas da aldeia. A
resposta que tem é: “O senhor está louco! Não é possível! Como é que podemos emprestar dinheiro aos pobres? Essa gente não merece crédito.”
O
pagamento na totalidade do empréstimo, que concedera aos aldeãos,
deu-lhe a prova que achava suficiente para que fosse concedido crédito
àqueles que mais necessitavam, mas não. Disseram-lhe que se tratava de
um caso isolado e que o queriam apenas enganar.
Após uma luta em que sempre se deparou com a intransigência do Banco,
tomou uma decisão: Criar um banco diferente. Levou dois anos a convencer
o governo, abrindo a 2 de Outubro de 1983 o Grameen Bank.
Yunus encontrou a sua voz e inspirou outros a encontrar a deles: o
movimento do micro crédito está actualmente a estender-se por todo o
mundo.
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